Foto: Tales Trindade (Diário)
Cerca de 30 residências desabitadas começaram a ser demolidas com auxílio de retroescavadeiras na manhã desta segunda-feira (14), na Rua Canário, no Bairro Itararé, em Santa Maria. A ação é realizada pela prefeitura de Santa Maria, com apoio da Guarda Municipal e Brigada Militar. Ao todo, 135 casas devem ser demolidas.
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As residências estariam desabitadas, e os antigos moradores integram o Aluguel Social ou realizaram a compra definitiva de outro imóvel, segundo a prefeitura. A iniciativa, diante da portaria do programa Aluguel Social, é realizada por se estabelecer que o ente público beneficiário deve monitorar as áreas desocupadas para impedir a reocupação de imóveis destruídos ou permanentemente interditados:
– Vamos começar a demolição dessas ruínas. São famílias que estiveram no Aluguel Social e posteriormente já adquiriram seus imóveis. Já fizemos toda uma vistoria dos imóveis no começo dessa manhã. Isso vai acontecer, pois precisamos devolver a rua para o morro. Essa área não serve para habitação. É uma área sensível ambientalmente falando. Já perdermos duas pessoas e não vamos admitir novos acontecimentos trágicos – disse o secretário Habitação e Regularização Fundiária, Wagner Bitencourt.
As pessoas que ainda seguem no local devem ser atendidas pela secretaria para compra de imóveis:
– Não existe a Rua Canário, dentro de um projeto. Existe a ocupação da rua há muitos anos. Certamente, as famílias que aqui residiam estão morando em um local com muito mais segurança, com registro e com propriedade e em áreas acessíveis a todos. O monitoramento deve acontecer de forma constante, como já é feito, para que não se volte a ocupar a área – completou Bitencourt.
O morador Willian Keller Barroso, 36 anos, é um dos que ainda se mantém no local. Segundo ele, o motivo pelo qual reluta sair da sua residência é o próprio negócio, a barbearia:
– Foi negado meu aluguel da barbearia, só colocaram da casa. Como eu vou sair se me tiraram meu trabalho? Me dê o que eu quero que eu saio – afirmou o morador.
Novas etapas
Ainda segundo a prefeitura, os entulhos serão retirados em outra etapa. Isso é feito para que se impossibilite reocupação na área, uma vez que é de responsabilidade da prefeitura adotar medidas para impedir a reocupação dos imóveis atingidos. Posteriormente, serviços de água e energia serão desativados do local.
Deslizamento em 2024
Em 1º de maio de 2024, com as fortes chuvas em todo o Rio Grande do Sul, duas pessoas morreram em um deslizamento de terra no Morro do Cechella. As vítimas eram mãe e filha. A primeira identificada foi Emily Ulguin da Rocha, de 17 anos. Posteriormente a mãe da jovem, Liane Ulguin da Rocha, 45 anos.